Sempre que alguém se dirige a uma consulta de psicologia porque sente necessidade de ajuda para resolver um problema pelo qual está a passsar ou que o(a) seu(sua) filho(a) está a passar, há alguns passos que são sempre feitos antes do psicólogo iniciar o processo terapêutico (trabalho realizado pelo psicólogo para promover uma mudança na vida da pessoa que permita ultrapassar esse problema, e que depende sempre do estabelecimento de uma relação de confiança entre o psicólogo e a pessoa que o consulta).
Assim, o inicio começa com uma avaliação psicológica para poder determinar o diagnóstico (o que se passa) e qual o melhor caminho a seguir. Quando falamos de crianças, há algumas diferenças em relação ao adulto e hoje vamos falar sobre avaliações de crianças.
O primeiro passo é uma Entrevista com os pais ou quem conhece bem a criança para se poder recolher a anamnese, i.e., todos os dados relevantes sobre a vida da criança, desde o tempo da gravidez, passando pelo parto, pelo desenvolvimento, as entradas para as escolas e até as suas rotinas de semana e fim-de-semana. Estas informações ajudam a determinar qual o caminho a seguir no passo seguinte, nomeadamente, quais os testes que vão ser aplicados, uma vez que não se deve submeter as crianças a testes desnecessários, que apenas a vão fatigar e retirar dados que não vão servir de suporte ao trabalho do psicólogo.
Os testes psicológicos são feitos consoante o motivo da procura da consulta e a idade da criança, ou seja, são avaliados os aspectos mais relevantes para compreender o que se poderá estar a passar; podem ser testes de personalidade, de inteligência, de desenvolvimento, de orientação escolar, …
É feita também uma sessão de observação da criança, na qual se pode falar, brincar ou até fazer jogos com a criança. Todo este trabalho de avaliação pode demorar 4 a 6 sessões, dependendo do ritmo de trabalho da criança (se se cansa facilmente, se tem mais dificuldades em realizar as tarefas, …).
No fim, o psicólogo recolhe estes dados todos, cruza as informações da entrevista, dos testes e das observações e elabora um relatório onde resume os dados obtidos e coloca a informação pertinente, ou seja, quais os pontos fortes da criança, que áreas necessita de desenvolver, bem como indicações para futuro (pode ser acompanhamento psicológico, podem ser apenas recomendações e sugestões de como trabalhar as áreas menos desenvolvidos, pode ser encaminhamento para consultas médicas de especialidade – neurologia, pediatria, pedopsiquiatria,…-).
Este relatório contém apenas a informação relevante para responder à questão que foi colocada inicialmente e é entregue aos pais da criança (ou a pessoa que é encarregue da criança).
Nesta última fase, aproveite para colocar todas as suas questões sobre o problema que o levou lá e qual a melhor maneira de prosseguir, para que possa tomar uma decisão sobre o que fazer com base em todas as informações que reuniu.